De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no 2º trimestre de 2022, o Brasil conta com 55,8%, ou seja, mais a metade de sua população negra.
No país, todos os anos o mês de novembro é marcado por eventos e celebrações, em uma campanha que tem como objetivo promover reflexões sobre a contribuição da cultura negra em nossa sociedade.
A partir de 2003, com a promulgação da Lei Federal 10.639 que instituiu o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, o dia 20 de novembro foi incluído nos calendários escolares. Mas apenas em 10 de novembro de 2011, com a lei 12.519, a data foi finalmente oficializada como “Dia Nacional de Zumbi” e “Dia da Consciência Negra” em todo o Brasil.
A escolha é uma referência à morte de Zumbi dos Palmares, principal líder do Quilombo dos Palmares, que se localizava na Serra da Barriga, interior de Alagoas, e faleceu nesta data, em 1695.
De acordo com a Fundação Cultural Palmares, instituição pública do Ministério da Cultura, “A Consciência Negra simboliza o entendimento que, sobretudo, as pessoas negras possuem sobre o valor da sua cultura e a importância de se reconhecerem como indivíduos que possuem direitos, como qualquer outro. Dessa forma, a busca pela justiça e igualdade se tornou uma luta mais que necessária”.
O Colégio Oficina realizou uma série de atividades engajadas com a campanha do “Novembro Negro”, no intuito de seguir promovendo uma educação antirracista, rememorando e colocando em evidência as lutas e resistências da população negra contra o racismo, preconceito, discriminação racial e desigualdades sociais.
Confira algumas destas atividades, que foram disponibilizadas para todos os públicos da escola – desde alunos(as), familiares e professores(as), a funcionários de todos os setores da escola.
- Mostra Artística de obras do artista visual e arte – educador Engelis Oliveira de Jesus “Feijão”. Licenciado em Desenho e Plástica pela Escola de Belas Artes da UFBA, Especialista em Arte e Patrimônio Cultural pela Faculdade do Mosteiro de São Bento do Salvador e Mestre em Educação pela Universidade de Santiago do Chile, ele atualmente leciona Arte com ênfase em História da Arte em instituições de educação da rede privada para o ensino médio e ministra aulas de Artes Plásticas para estudantes da educação infantil e do ensino fundamental – I e II da Rede Municipal. Como artista, Engelis menciona que sua produção é fruto de experiências estéticas e afetos com as culturas, tradições, e sobretudo, religiosidade afro-baiana, bem como do encontro entre a metrópole soteropolitana e o Recôncavo baiano, lugar de signos e símbolos de pertencimento, afinal, lá se encontram suas matrizes familiares e os principais pilares de suas criações.
- Painel “Notícias Pretas na Linha Do Tempo” – Exposição com resgate de marcos da história do povo negro no Brasil.
- Atividade de Mancala para alunos(as) de 6º e 7º anos, com Júnior Ornelas. Mancala é um jogo que teve origem no Egito, considerado um dos mais antigos do mundo, praticado na África e Caribe. O objetivo é acabar com maior número de peças, tendo cada jogador um lado no tabuleiro com 6 calas e uma cava.
- Palestra “Juventude preta e justiça social”, com Felipe Santos, para alunos(as) do 9º ano, E. Médio e turmas do + ENEM.
- Aula Narrativa e Experimentação sobre a capoeira com Siamês e Fiapo, da ONG Escola de Capoeira Dendê de Aro Amarelo, para alunos(as) do 8º ano.
- Palestra com representante da comissão antirracista da OAB sobre o Projeto “OAB Gira Escola” e Aplicação de Quis, para alunos(as) da 1ª e 2ª séries
- Palestra para professores com Camila Carneiro, representante da OAB – BA, advogada Especialista em Direito do Estado, Diretos Humanos, Inclusão Social e Diversidade, Professora, Palestrante, Assessora, Consultora em Gestão, Projetos e Carreiras da Administração Pública, Advocacia para Mulheres com Perspectiva de Gênero e Raça, Presidenta da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB Bahia e Presidenta da Associação da Advocacia Negra – ANAN na Bahia.
- CINE debate e roda de conversa para funcionários(as) de todos os setores com o professor Lourival, ativista do Movimento Negro, Professor de Língua Portuguesa das redes pública e privada de educação em Salvador, Especialista em Estudos Linguísticos e Literários e Mestre em Linguística Aplicada pela UFBA, pesquisador na área de Leitura Crítica, Análise Crítica do Discurso e Letramentos Racial e de Reexistência.
- Oficina Bonecas Abayomi – Construção e/ou resgate de identidades, para famílias e alunos(as), com a artista educadora Lorena Bastos, com objetivo de possibilitar conhecimento sobre cultura afro-brasileira e história de luta e resistência das mulheres negras aos processos de desumanização da mulher e das crianças negras, assim como proporcionar reflexões sobre a construção de identidades, considerando a representação simbólica e política das bonecas negras.
- Roda de Conversa com Eduardo Oliveira, com o tema “Entendendo a Branquitude. Como as pessoas brancas podem se tornar aliadas da causa Antirracista Atividade para docentes”, indicação da comissão Antirracista de famílias do Colégio Oficina. Eduardo Oliveira é graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1997), especialista em Culturas Africanas e relações interétnicas da educação brasileira pela Unibem (1998), mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná (2001) e doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará.