7º ANO – Ecos que entoam – As entoadas do Brasil
São elas que entrelaçam os fios que conduzem o desenrolar de nossas identidades. Afinal, através dos sons e das melodias contamos sobre nós mesmos e sobre os outros também. A tarefa desse segmento será apresentar as raízes da música popular brasileira nas matrizes estéticas africanas, indígenas, européias e ribeirinhas. O que importa é aguçarmos o ouvir para sentir.
7A – “Ayê: este é o meu chão”
Das congadas ao samba raiz, dos afoxés aos blocos afros, danças e cânticos festivos, a música religiosa afro-brasileira e os estilos dela decorrentes e a desafricanização do entoar – Não esquecer para lembrar ou lembrar para não esquecer, formas sonoras de coexistir para resistir.
7B – Minha oca, nosso lar, nosso mundo
Os cantos da floresta comprovam o universo transcendente e mágico dos sons. São eles que estabelecem ligações com a ancestralidade, a magia, o exorcismo e a própria cura. Sinônimo de luta, força e fé as entoadas e cânticos indígenas são formas de (re)existência, além de práticas constitutivas da cultura desses povos.
7C – “O sertanejo antes de tudo é um forte.”
“Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve! Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos. Não sou da nação dos condenados. Não sou do sertão dos ofendidos. Você sabe bem: conheço o meu lugar”.
“ Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado
Muito te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistério
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.” Patativa do Assaré.
As toadas, em especial de vaqueiro, se caracteriza pelo fato do toadeiro, sozinho ou em dupla, cantar sem acompanhamento de instrumento musical. Ele utiliza apenas a voz, ou seja, canta à capella. As toadas estão presentes em festas e feiras agrícolas, a exemplo das vaquejadas. A institucionalização do Nordeste enquanto região tem muito a oferecer para a compreensão da importância do forró, do xote, do baião como parte da identidade e da cultura nordestinas. O discurso cultural, aliás, foi bastante utilizado pelas classes dominantes, o que fez com que houvesse essa busca por raízes culturais que unissem o povo do Nordeste.São elas o fio condutor para embalar as narrativas do povo e sua gente, seu cotidiano, seu mundo rural, sua poesia. Luiz Gonzaga dizia que queria ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito o seu povo, o sertão, que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os covardes, o amor. A tarefa da turma é apresentar esse canto, essa história, essa luta. Sem entoar, o nordestino não diz e sem dizer, ele tem privado o seu sentir.